sábado, 17 de julho de 2010

(sem entender porque choro sempre sobre a repetição)

"Eu penso que a memória entra pelos olhos"
HH



- Tu nunca me contas coisas. Eu sou um livro aberto. Conto-te tudo. Até as cenas mais embaraçosas. Não confias em mim.

- Falar a toda a hora não é necessariamente comunicar.

- Eu não faço isso. Quero conhecer-te. Eu não falo a toda a hora, caramba. As pessoas têm de partilhar coisas. É isso que faz a intimidade.

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- Joely?

- Sim tangerina?

- Eu sou feia? Em miúda, pensava que sim. Bolas já estou a chorar! Acho que as pessoas ignoram como a infância é uma experiência solitária. Como se fôssemos insignificantes. Aos 8 anos, eu tinha uns brinquedos, uns bonecos. O meu favorito era uma boneca feia que baptizei de "Clementina". Passava a vida a gritar com ela: não podes ser feia! sê bonita!
É estranho. Como se bastasse transformá-la, para eu também mudar por artes mágicas.

- Tu és bonita.

- Nunca me deixes.

- Tu és bonita.
(por favor, deixe-me ficar com esta memória. Só esta.)

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- Esconde-me num sitio mesmo enterrado.

- Onde?

- Esconde-me na tua humilhação.




Sincero, fabuloso, genial.
"Eternal Sunshine of the Spotless Mind merecia um tratado, uma investigação, uma elegia. Não há uma critica cinematográfica que chegue a tocar em algo profundo do que este filme nos tem para oferecer"

1 comentário:

  1. Sem dúvida um filme genial. Lamentável o facto de tanta, mas tanta gente, não ter, ainda, espero eu, conhecimento da existência do mesmo. A cada vez que vejo alguém rendido à qualidade desta obra fantástica fico extremamente satisfeito. Eternal Sunshine of the Spotless Mind é um daqueles poucos filmes que recomendo sempre que alguém me pede uma sugestão cinematográfica.

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