segunda-feira, 14 de junho de 2010

Closer



Acho uma enorrrme piada a que ninguém goste do Closer. Vi a primeira vez e fiquei a pensar. Achei-o verdadeiro, desprovido de coisas & coisinhas femininas para mostrar a verdade. Na certa, inocentemente, funciona tudo mais ou menos assim, salvo uns honrosos gatos pingados. De certa forma, o "ai e tal, tão mau que é" acaba por, ironicamente, denunciar aquilo que o filme revela. Ontem estava a dar na tv e tento sempre vê-lo na esperança de não conseguir entendê-lo. Melhor, tento sempre não conseguir entender que ele exista na cabeça dos outros. Engraçado ter reparado desta vez, numa coisa que me escapou. De entre a banda sonora, destaca-se a tal chacha de música "can take my eyes of you". Seguindo muito muito muito atentamente a letra desta música, assiste-se a um final simplesmente genial, o que em muito sustenta a essência do filme: " can't take my mind... My mind...my mind... Til I find somebody new". É de chorar a rir. Não se pode dizer que o moço não conseguiu o brilharete de fazer meio mundo andar a cantarolar e a fazer versões de uma música supostamente romântica, dedicada, nostálgica e que no fundo, nada mais é do que um pequeno cinismo à moda de todos os amores. A subtileza, a inteligência, foi metê-la dentro, bem encaixadinha, no soundtrack. A hipocrisia opinativa sobre este filme é aproximada à que considera que o Brown Bunny não devia acabar com uma cena "chocante" de sexo oral. Que a coisa devia passar antes por um jantar à luz das velas e por fazer amor em cima de lençóis lavados. Cá a mim, sempre me pareceu que tendo em conta a história ou a estória (há mais terminologias para narrativa?), o final, sendo diferente, tropeçaria com cem calcanhares sobre a realidade. Aquilo só podia acabar assim, não haveria qualquer outra forma de redenção, de perdão, que não aquela. De outra forma, só se entrassem numa igreja, a meio da missa.

2 comentários:

  1. desta vez sou eu que não resisto a deixar um comentário :) (aliás, antes não dava para comentar, pois não?). Ela, o Closer é um dos meus filmes preferidos! Desconhecia que a maioria não gostasse... Eu acho-o fabuloso, está ali, frases cruas, só se diz o essencial (quem me dera ter aquela rapidez de pensamento), diálogos e sequências cheios de pormenores inteligentes (como esse da canção!), é um estalo na cara, este filme. Acho-o muito real. Há diálogos ali que já saíram da minha boca. Também o revi no domingo. Sempre que dá não consigo não ver. Beijinhos

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  2. É bem verdade. Tornei o blog mais sanguíneo. ; ) Sem estatística, os comentários que sempre ouvi sobre o filme, foram negativos. É curioso, porque só ao longo de várias opiniões fui pensando, se não seria fuga dos outros, à coisa. Ainda não percebi se quem foge é quem entende aquilo ou se quem entende, aceita o filme e vê nele, o que ele é e o que ele diz. E esta parte intriga-me um bocado, porque a este nível, ainda não sei se gosto do filme porque acredito nele ou se gosto do filme porque estou nele. Eu não me revejo, mas não sei se há qualquer coisa escondida por estes lados..Como diria um professor meu, a propósito de um parágrafo: "confuso, ou serei eu?" : )*

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