Agora que me encontro a fazer um trabalho sobre as Minas de Aljustrel, penso que pena profunda sinto, por não ter lá ficado lá, nada meu. Nada físico, a que possa regressar. Uma casa, aquela casa. Pensar que nunca mais verei isto. Uma cegonha no ninho. Vi-as ao longe e sempre achei que eram diferentes, porque estavam sempre tão longe, porque estavam sempre naqueles ninhos grandes e escolhiam sempre sitios nossos, chaminés, para fazer essas coisas estranhas e grandes. Depois, contavam-se muitas histórias sobre cegonhas. Ficam tantas cicatrizes em coisas destas que não entendo como podem ficar depositadas mágoas, em coisas boas. Como pedem para ser lambidas, feridas que não o são, que magoam de uma forma diferente, que magoam, mantendo-se impunes.
E nisto, sinto que não conseguirei falar nunca mais de nenhum lugar, como daquele, de que falo com os olhos que não sei como, conseguiram também, ali, pensar.
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Verdades