«O Homem nasce livre e por todo o lado ele está acorrentado. Mesmo quem se crê senhor dos outros; esse ainda é mais escravo do que eles. Como se fez esta transformação? Eu não sei.»
Nenhuma resposta foi encontrada até hoje- Deve haver, no interior da sociedade humana, alguma coisa que actua impedindo que se coloque a questão correcta de maneira a se chegar à resposta correcta. Alguma coisa, bem escondida, está a actuar de forma a não permitir que se coloque a questão correcta. O elemento escondido é a peste emocional do Homem. É da formulação adequada do problema que dependerá a focalização apropriada da atenção, e disto dependerá chegar à descoberta da resposta correcta à questão de como é possível que o Homem, nascido livre, se encontre sempre e por todo o lado reduzido ao estado de escravo.
A humanidade nunca conseguiu responder à pergunta de como pode haver o mal, se um deus perfeito criou e governa o mundo e os homens. A humanidade imaginou muitos sistemas de pensamento para enfrentar a natureza. Mas a natureza, funcional e não-mecânica, como ela de facto é, sempre lhe escapou por entre os dedos. A humanidade sempre correu atrás de cada ínfima parcela de esperança e de conhecimento. Mas depois de três milénios de pesquisas, de tormentos, de sofrimentos, de assassinatos punindo heresias, e perseguições por faltas aparentes, ela não conseguiu mais do que algum conforto para uma minoria, sob a forma de automóveis, aviões, refrigeradores e aparelhos de rádio. Depois de ter meditado durante milénios sobre os mistérios da natureza humana, a humanidade encontra-se exactamente no ponto de partida: tem que admitir a sua ignorância total. A mãe ainda fica sem saber o que fazer diante de um pesadelo que apavora o seu filho. O médico ainda não sabe o que fazer diante de algo tão simples como um nariz escorrendo.Novas fórmulas matemáticas também de nada adiantarão. É inútil filosofar sobre o sentido da vida, se ignoramos o que é a vida. Tudo parece então convergir para um único facto: há algo basicamente e essencialmente errado em todo o processo pelo qual o homem aprende a conhecer a si mesmo. Locke, Hume, Kant, Hegel, Freud, foram, sem dúvida, grandes pensadores, mas de certa forma não preencheram o vazio, e a imensa maioria dos homens não foi tocada pela pesquisa filosófica. Enunciar a verdade com modéstia não altera o problema.
Escapar de uma armadilha é possível. Mas, para alguém sair de uma prisão, primeiro precisa reconhecer que está numa prisão. A armadilha é a estrutura emocional do homem, a sua estrutura de carácter. A natureza da armadilha só apresenta interesse na medida em que ajuda a responder a esta única questão crucial: onde está a saída? Pode-se enfeitar a prisão para torná-la mais habitável. Isto é feito pelos Michelangelos, os Shakespears, os Goethes. Podem-se inventar artifícios para prolongar a vida na prisão, como é feito pelos grandes cinetistas e médicos, os Meyers, os Pasteurs e os Flemings. Mas o essencial ainda é: encontrar a saída da prisão.Onde está a saída que conduz ao infinito espaço aberto?
A saída continua escondida. Este é o maior enigma.Mas vejamos a situação mais ridícula e, ao mesmo tempo, mais trágica: A SAÍDA É CLARAMENTE VISÍVEL PARA TODOS OS QUE ESTÃO PRESOS NA ARMADILHA. MAS NINGUÉM PARECE VÊ-LA. TODOS SABEM ONDE ESTÁ A SAÍDA. MAS NINGUÉM SE MOVE EM DIRECÇÃO A ELA, PIOR AINDA, QUEM QUER QUE A INDIQUE, É DECLARADO LOUCO, CRIMINOSO, PECADOR DIGNO DE QUEIMAR NO INFERNO. No fim das contas o problema não está na armadilha, nem mesmo em descobrir a saída. O problema está NOS PRISIONEIROS. Visto de fora da prisão, tudo parece incompreensível para uma mente simples. Há mesmo qualquer coisa de insano. Por que motivo os prisioneiros não vêem a saída nitidamente visível, por que não se dirigem para ela? Logo que chegam perto começam a gritar e a fugir dela. O grande problema da vida e da origem da vida é um problema psiquiátrico; é um problema da estrutura do carácter do Homem, que durante tanto tempo conseguiu evitar a sua solução. O verdadeiro problema do Homem é a evasão básica do essencial. Essa evasão e fuga fazem parte da estrutura profunda do Homem. Fugir à saída da prisão é resultado dessa estrutura. O Homem teme e detesta a saída da prisão. Ele se resguarda acirradamente contra qualquer tentativa de encontrar essa saída. Este é o grande enigma.
Wilhelm Reich
O assassinato de Cristo
Será que isto convenceria o governo a desistir da trágica ideia de congelar as minhas únicas (e ainda assim, viciadas) oportunidades de trabalho nos próximos dois anos?
Não entendo. Penso, penso e não entendo o que signficará este congelamento. Ponho-me a pensar: congelamento será o que eu entendo por congelamento? Ponho-me a pensar e pergunto a pessoas: entendi bem? É mesmo assim? E as pessoas entendem o mesmo que eu e nisto, continuo sem perceber bem, a dimensão trágica que é, não poder sequer, procurar emprego, porque simplesmente, ele não existirá. Como é que se congelam empregos?
Será que isto convenceria o governo a desistir da trágica ideia de congelar as minhas únicas (e ainda assim, viciadas) oportunidades de trabalho nos próximos dois anos?
Não entendo. Penso, penso e não entendo o que signficará este congelamento. Ponho-me a pensar: congelamento será o que eu entendo por congelamento? Ponho-me a pensar e pergunto a pessoas: entendi bem? É mesmo assim? E as pessoas entendem o mesmo que eu e nisto, continuo sem perceber bem, a dimensão trágica que é, não poder sequer, procurar emprego, porque simplesmente, ele não existirá. Como é que se congelam empregos?
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