terça-feira, 11 de maio de 2010



Abrir a porta à ideia de deus, é abrir a possibilidade de tudo ser possível.
O que é terrivelmente sedutor.
O fenómeno das multidões deixa-me, não muito aquém do fenómeno das auroras boreais. Com a devida distância de ser mais fácil mergulhar num mar de gente, do que olhar para um céu estrelado e acontecer qualquer coisa mais, além de um céu estrelado. Na verdade, pensei que não ia resistir à curiosidade da multidão de hoje e, sem pensar muito, espreitei. Na verdade, também não esperava que a imagem desta multidão que se arrastava para dentro de si, fosse também, algures, a minha multidão, da minha fé, que viverá entre a fé dos outros e o meu sentimento sobre as coisas. As bagatelas sobre a instituição da igreja, pareceram-me sempre argumentos desleais para com uma coisa que ultrapassa qualquer edifício, que é mais profundo, complexo, verdadeiro, que qualquer hierarquia: as pessoas. O que as movimenta, o que as faz viver e decidir afastar-se, o que as aproxima do que conseguem tocar e o que as faz, magicamente, envolver-se, com aquilo que não conhecem, que nunca viram, que não ouvem, pelo pacato sentido de acreditar que nós todos estamos, de alguma forma, mais além do chão que pisamos. 

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