sábado, 3 de abril de 2010


«É preciso esconder a profundida», escreveu Hofmannsthal. «Onde? À superfície.»

às vezes, acontece-me, pedir um tecido universal para cobrir o corpo dos pés à cabeça.
quando as vejo, aquelas que só existem com os olhos, que só dão os olhos, penso que pacífico é, andar coberta, dos pés à cabeça, com um manto negro. Sobra-te a ligação essencial às coisas, que são os olhos, o teu coração continua a bater, portanto sentes, os pés firmam o chão, porque a pele está lá e tu, toda coberta, só tens de olhar. A responsabilidade de uma vida inteira é simplesmente, olhar. Se pudesse escolher uma forma de existência, seria essa. Coberta a ver.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Verdades