Era dormir sem dores»
(como as coisas que dão que pensar podem aparecer nos documentários rotulados das televisões)
Lembro-me de outra passagem inesquecível num programa brejeiro, vulgarzeco, daqueles que não passam na tv2, que não falam de livros, de peças de teatro e de gente letrada e de que toda a gente diz mal, ainda que falem daquilo que a maioria das pessoas percebe melhor, a vida. Não entendo a origem de tantas ofensas.
Adiante.
Ex-presidiário, reincidente, assassino a dissertar sobre regeneração, culpa, arrependimento.
Pergunta da apresentadora: e então, quando foi que se deu conta de que tinha mesmo batido no fundo?
Foi quando saiu pela quarta ou quinta vez da prisão?
Resposta do presidiário: Não. Eu estava uma vez no metro de Londres e estava parado a olhar para o mapa das linhas. Olhei e vi aquele circulo que costuma estar em torno da estação em que estamos e diz « you are here». Foi aí, foi aí que percebi que tinha chegado ao limite, que tinha chegado ao fundo.
Eu lembro-me bem que estava em pé e ouvindo isto, me caiem as lágrimas.
É talvez das reflexões mais humanas e profundas que já ouvi.
Como é que alguém encontra a consciencia de si, num símbolo?
Ao mesmo tempo, é estranho pensar que muito possivelmente, serei a única pessoa a lembrar-me disto.
Como é que alguém encontra a consciencia de si, num símbolo?
Ao mesmo tempo, é estranho pensar que muito possivelmente, serei a única pessoa a lembrar-me disto.
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Verdades