terça-feira, 10 de novembro de 2009

Próxima rua

Da realidade dos outros, quando não os vemos a eles, mas apenas às coisas que vão acontecendo com eles dentro.


Nada há de mal naquilo que nos dão, no que vamos dando e no que, acontecendo a nós e aos outros, sem haver o ritual da doação, se vai dando. E isto poderia ser uma coisa confusa, se eu não soubesse exactamente o que quero dizer, quando digo isto. E no meio de tudo ( lembrando uma das cartas do Al Berto, quando estava a metade do fim de acabar a respectiva carta), acaba por ser possível que exista uma grande maldade no sentir. Um mal sem exigências de mais ou do mesmo para nós mas que, sem explicação, justifica que seja possível sentir-me sempre, a metade dos caminhos. Não deixa de ser louvável que existam caminhos e que, durante algum tempo, não tenham sido detectadas queixas nesses caminhos. As queixas estavam lá, mas havia sempre a possibilidade de irem surgindo coisas, sobre as quais, eventualmente, não alastraria qualquer queixume (mistura de queixo trémulo e ½ de pena sobre a humanidade). Teorias sobre as possibilidades. Grandes Esperanças by Dickens. Digo isto, de forma muito universal, sem querer dar-me o romantismo do mim para mim e ainda sem ter chegado aos trinta.
Digo assim, na curva de uma esquina, como quem sabe de si e do seu tempo.


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