quarta-feira, 9 de setembro de 2009

«Vamos fazer de conta que tu és a Rainha Preta, Kitty»
E Alice tirou a Rainha Preta da mesa e pô-la em frente da gatinha para lhe servir de modelo; contudo, isto não deu resultado, principalmente, disse Alice, porque a gatinha não sabia dobrar as patas como devia ser.
Não sei como fazer das coisas novamente minhas. E nisto, canso-me de sentir e acho incompreensível ter passado a ver tudo assim, tão longe de mim, tão fragmentado. E sei que é tudo injusto e que nisto, só pode haver maldade minha, porque deve ser assim a vida e porque aos outros, também deve doer. A verdade é que nunca pensei que sonhasse com coisas para mim, mas talvez não tenha feito mais nada, além de escolher, de determinar. Bastava que não estivesse agora a começar. Custa-me começar. Que não estivesse sempre a começar tudo. São passos sagrados, que aos meus olhos, só se dão uma vez. Talvez não seja assim, não é de certeza, porque aos outros, os passos acontecem muitas vezes e ninguém olha para trás. E penso nisto, sozinha, não trago nada do tempo que passou, nem levo nada para o tempo da frente. É de mim para mim, como são todas as leituras, todos os caminhos, todos as lições de moral.

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