segunda-feira, 30 de maio de 2011

Boa sorte* : )




Suspenderam a viagem
Fui parar em outro trem
Que beleza de paisagem
Fomos rumo a Belém


Agora que é tempo
Colher fruta madura no vento
Pequi não sai do meu pensamento
Bacia cheia de manga bourbon


Nasce um sol, nasce uma noite
E um menino também vem
Que beleza de paisagem
É meu filho e passa bem


Agora é tarde, não dá para adiar a viagem
João tem três anos de idade
Não quero merecer outro lugar
Volto quem sabe um dia
Porque os trilhos já tiraram do chão
Olho as tardes, vivo a vida
Nada é em vão





quinta-feira, 26 de maio de 2011

FAQ`s com falta de especificidade..

 « Diz-se na gíria que “só os malucos é que vão ao psicólogo”. Isto é verdade?


Não. A intervenção é sempre feita com base em pressupostos científicos, independentemente da perturbação ou da fase de vida específica (ou episódio isolado) pela qual a pessoa está actualmente a atravessar. Qualquer pessoa sem nenhuma perturbação diagnosticada poderá beneficiar de uma intervenção psicológica aumentando o conhecimento de si própria ou trabalhando qualquer tipo de questões vivenciais (existenciais). »


« [...] O imoralismo teórico é mais repreensível do que qualquer acção imoral [...]»

Italo Svevo
A consciência de Zeno

segunda-feira, 23 de maio de 2011

«There`s only two kind of love storys in this world: boy lose his girl, girl lose his boy»

quinta-feira, 19 de maio de 2011

« What is home to you? The arms of your lover or the place where you hide from the fingers of your demons? Is it the road ahead or the chair where you’ll seat at the end of the journey? Is it a travelling circus tent, a sinking ship or the lighthouse that stands on solid ground? Is it the place where you live or the resting ground for your ageing bones? Is it a hill on sacred ground or the stones that pave the floor for a godless revolution?

Is it a nameless street, the walls of a room or a wooden drawer filled with the memories of youth? Is it a wish, a lost possession or that thing beating inside your chest? Is it a crowded stage without a ceiling, a silent corridor or the tinkling sound of a music box with dancing dolls? Is it a landscape on canvas, the dust covering your floor or is it the simple comfort of having a body that knows no pain? »

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"não é o demónio. Não, não. São coisas escuras que estão cá dentro. Não sei o que é. É como se fosse um papão"

E é.

“O humor é um êxito de conversação"

Borges

quinta-feira, 5 de maio de 2011

às vezes penso nisto.


The arms you cut off that Sunday night
Of the young man who ran screaming through the street,
Streaming blood in trails of terror
Are the arms that point me to my door,
Which forsaken by the blood of Jesus,
Invites the Devil, who now waits for me outside.
The arms that you cut off that Sunday night
Are the arms that point to the red eyes
Of the pentecostal killers and the black eyes
Of the roman catholic killers and the blue eyes
Of the pinhead skinhead killers,
And the dirty angel does his target practice night and day,
Making ready now to steal my soul away.
The arms that you cut off that Sunday night
Are the arms that wait between my T.V. and my gun,
While the winks and smiles of singing debutantes and eunuchs whisper,
"We don’t want you, Unclean, lying there in vomit, filth, and perspiration,
coming back with Jesus or with Elvis from the dead."
The arms that you cut off the body
Of the screaming young man
Dance before my eyes the endless murder of my soul
Which, taunted every hour by open windows,
Has kept itself alive with prayer,
But not for miracles,
And not for heaven,
Just for silence,
And for mercy
Until the end.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Está bem. Mas deus não diz mais?

Pode-se viver muito bem
sem nada mais do que estes privilégios quotidianos:
uma carta na caixa do correio, o barulho de uma vaga,
o azul sobre a planície, as palavras de um poema.
O universo reduzido a poucos vínculos
ao trajecto habitual
da sua própria morte.

Pode-se muito bem não ser mais
do que uma aventura de átomos e de questões insignificantes.

Hélène Dorion

domingo, 1 de maio de 2011


A questão do trabalho que tens é tão importante como aquilo que passas, todos os dias de manhã, para continuar a conseguir amar os outros. Sobrevalorizar o coração e entendê-lo como o grande salvador de todas as outras coisas que te acontecem, que te causam desconforto, angústia, na projecção de um prolongamento futuro, não me parece, de todo, uma coisa humana. Assemelha-se a salvar a morte de um filho, com uma nova gravidez. Não existe. Não podes amar bem a tua vida, se não fazes uma coisa que gostas, se não trabalhas numa coisa que gostas ou, melhor, numa coisa que te ensina, ela própria, a gostar disso. Ou então, que te pague o suficiente a outro qualquer nível, e que essa alternativa te substitua a certeza que devias ter dentro da cabeça de que tens uma função séria. A moral sobre os outros, é sempre mais resplandencente. É sempre mais claro, mais transparente, achar as coisas dos outros fáceis de suportar, arranjar-lhe estratégias de desvio do nada. Esse sentimento vigoroso que atravessa a nulidade de não entenderes para que serve isto ou aquilo, e simultaneamente, te impulsiona a dizer, todos os dias, “coisa com coisa”.   Saber para que serve tudo é fundamental. Isto torna-se relativamente difícil, quando ganha os contornos de percurso. A partir do momento em que as situações se repetem, em que não gostas das coisas repetidamente, em que desgostas do que fazes, do que és a fazer o que fazes, ao longo  das oito horas diárias, repensas a tua presença no meio delas e a força que as outras coisas têm de ter na tua vida, para tu suportares aquela. Aqui, faz-se a diferença entre nós e os outros. A força que cada um põe, naquilo que tem. Quando procuras sem saber o quê, e desgostas daquilo que consegues, quando chegas a uma coisa e pensas não é isto, não pode ser isto a vida toda, tudo se torna bem mais misterioso do que a sombra da porta entreaberta.