sexta-feira, 1 de abril de 2011

Anna Swir


O mesmo interior


A caminho de tua casa para um festim de amor
vi na esquina de uma rua
uma velha pedinte.


Peguei na sua mão,
beijei a sua face delicada,
conversámos, ela tinha
o mesmo interior que eu,
do mesmo género,
senti-o instantaneamente
como um cão conhece pelo cheiro
outro cão.


Dei-lhe dinheiro,
não conseguia separar-me dela.
Afinal, todos precisamos
dos que nos são próximos.



E depois eu já não sabia
porque caminhava para tua casa.

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