sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Conhece alguém as fronteiras à sua alma, para que possa dizer - eu sou eu?

FP.

(tenho saudades da filosofia)

Que o dasein não académico + o académico por excesso, ache sobre isto, o que quiser. Sinto saudades da filosofia, de uma forma intermédia. Que não se situa na profundidade de não a achar substituível às conversas fúteis das pessoas nos transportes públicos (em que tanto acredito e em que tanto penso), que não pede devoção extrema que me leve a não a trocar por uma tarde de praia aspirando ao ganho de cor de pele. Sinto saudades da filosofia, na forma como me dava, entre espaços, pequenas coisas, que eram revelações de mim sobre mim. Apenas. Nada para fora, nada que se espalhe sobre as questões do universo e sobre a contradição das grandes tragédias humanas. Saudades das coisas-de-sentir, que às vezes, têm de ser necessariamente egoistas. Ontem, enquanto comia um hamburguer, pensava no que o heidegger dizia sobre a relação instrumental que temos com todas as coisas no mundo. E perguntava-me, entre uma batata e outra, se realmente procuramos apenas, ou essencialmente, a funcionalidade. E se na essência somos função, que ciclo é este de nós para os outros? E como procuramos nas pessoas, as coisas que podemos fazer delas.
Porquês, às costas de Setembro.

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