I Like America and America Likes Me 1974
Joseph Beuys
Três da manhã é muito cedo. Na província, dizem que é a hora do Diabo. O melhor, diziam-me, é procurar não acordar a esta hora.
Na série Lost, aqueles a quem os “perdidos” chamavam os Outros, eram as personagens que os faziam regressar sempre a si, ainda que em flashback.
Eu compro sempre o público às sextas. Folheio o suplemento, nunca leio nenhum artigo até ao fim, nunca leio as sugestões de discos todas, nunca vejo com atenção, as estreias de cinema. Passo os olhos pela agenda cultural, mas nunca sigo uma sugestão, porque me esqueço de que são precisos guias. Quando gosto da capa, leio mais. Sempre sonhei em ter uma agenda, mas não entendo para que serve ter um bloco com um calendário. Nunca consulto a metereologia, prefiro ler os signos, no que diz respeito a previsões. E acredito que, se alguém sabe alguma coisa sobre o bom ou mau tempo que vai fazer amanhã, é porque deus existe. E se a previsão é a dez dias, deus é esperto e musculado.
Escrever para nós é sempre correr o risco de ser também um pouco ou muito para os outros, tal como, beijar alguém, é sempre correr o risco de ser bom ou mau para os dois. Há responsabilidade ao dobrar da esquina.
Eu dou-me mal com a psicologia, porque acho que a partir de certo ponto, a humanidade não se deve aproximar demasiado, tal como os continentes. No entanto, como dizes, o meu olhar para os outros encontra-se, de há uns anos para cá, como os da beata para o santo, no pedestal da igreja.
(responder a uma mulher é mais difícil do que responder a um homem)

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