O lobisomem era o professor Astromar.
Não se pode dizer que tenha sido um casting muito subtil. Na verdade, eu sempre desconfiei que fosse ele. Mas ele era tão boa pessoa, que eu rezava para que não fosse ele o lobisomem. Isto porque calculava que havia uma margem de sofrimento muito grande, durante as transformações. Curiosamente, anos mais tarde, vim a descobrir que o cantor da música do lobisomem, tem ele próprio qualquer coisa da personagem, o que dá à história, alguma complexidade..
Com esta música aprendi que além do diabo, existe o capeta, que é mais vermelhusco.
Recordando os papéis que assumi nas várias novelas da altura:
- Roque Santeiro: Era a Tânia, a miúda que se apaixonou pelo padre Albano. Eu gostava da Tânia, achava-a gira, gostava do cabelo dela, da voz dela, do estilo. E gostava da música dela.
Também fui a mocinha, depois desisti. Era aborrecido. E no final, passei já por uma das prostitutas, mas durante pouco tempo, também por causa da música dela. (Que critérios profundos).
- Sinhá Moça: Ana do véu.
- Dona Beija: a própria.
Resumindo: fui uma vez a protagonista, a mulher que não quer nada com ninguém e mesmo assim, anda nua de cavalo, a miúda que desafia o padre, a rapariga misteriosa, a histérica simpática e recusei sempre, fazer de Malu Mader. Não se pode dizer que não tenha, desde criança, alguma lucidez novelística.

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