as vezes, acontece pensar que a psicologia, seria de facto uma coisa boa, e que eventualmente sortiria algum efeito na minha pessoa. E triste para mim, ponderar a possibilidade de um psicologo, andar a pensar, pensar em tentar, pensar que penso muito nisso. Porque, trazer qualquer coisa exterior ao meu universo, qualquer coisa que eu escolha, para entrar no meu universo, mas que na verdade nao seja do meu universo, nao me tenha acontecido, mas que eu force acontecer, me assusta. Isto tudo, a partir da conversa de hoje com a esteticista de ha 10 anos. Entre depilacoes, dizem/se coisas. E senti, a certo ponto, que ela estava a perceber que eu estava a tentar falar, falar a serio, contar a vida toda, o que trazia nas costas, na cabeca, aquilo de que nunca me libertaria, as minhas alegrias, esperancas e tristezas, o que digo sem querer dizer, o que digo porque sinto, aquilo de que gosto e faco por nao gostar, a culpa, as promessas, o que nao fui, o que nao fiz por um outro, onde perdi o outro e onde o achei, o que penso do mundo e como acho que sou justa e feliz, e justa e infeliz.
Coisas serias. E entao, ela diz/me que acontece muitas vezes isto, isto de falar, de querer falar, de parecer querer falar, mas diz/me, sem o dizer, sem me perguntar estas a desafiar/me a ouvir/te, queres falar/me, conta/m. Depois ela disse/me coisas, de mim ha dez anos, a forma como eu me dava, o que mudou em mim, na meia hora em que, de mes a mes, fomos estabelecendo conversa, durante dez anos. Por momentos, passou/me pela cabeca, dar/me um pouco mais, quando ela falhou ao lado sobre uma parte da minha cabeca, da minha vida.
A Filipa, uma mulher estranha. Qualquer coisa entre o preconceito de umas maos cheias de cera, tracos femininos, de quem deixou para tras uma mulher bonita, um discurso dos sonhos que teve, da vida que parece feliz, mas que deixa escapar alguma coisa que nao foi. E nisto, hoje, por momentos, fiquei ali duas horas a conversar com uma pessoa que esta mais proxima de mim, do que eu pensei que estivesse. Tive pena de ela ter passado ao lado daquilo que eu estava a tentar dizer/lhe, porque tenho a certeza de que hoje, teria dito mais. Mais do que tudo o que consigo dizer sobre todas as coisas a todas as pessoas.
A psicologia existe, esta certa e cheira a verniz.
A Filipa, uma mulher estranha. Qualquer coisa entre o preconceito de umas maos cheias de cera, tracos femininos, de quem deixou para tras uma mulher bonita, um discurso dos sonhos que teve, da vida que parece feliz, mas que deixa escapar alguma coisa que nao foi. E nisto, hoje, por momentos, fiquei ali duas horas a conversar com uma pessoa que esta mais proxima de mim, do que eu pensei que estivesse. Tive pena de ela ter passado ao lado daquilo que eu estava a tentar dizer/lhe, porque tenho a certeza de que hoje, teria dito mais. Mais do que tudo o que consigo dizer sobre todas as coisas a todas as pessoas.
A psicologia existe, esta certa e cheira a verniz.
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