Estava agora mesmo a lavar a cara, com água gelada, como faço sempre antes de me deitar, presumo que na tentativa de dormir melhor, mas plenamente consciente de que é óbvio que provocará justamente o efeito contrário, e a pensar que me apetece escrever sempre o mesmo, que já só consigo escrever sempre o mesmo, dizer o mesmo às mesmas pessoas. Tento ler outras coisas, os textos dos jornais, das revistas, os livros e só consigo deles tirar, aquilo que eu escreveria. Não penso no resto, não questiono, estou numa rigorosa triagem no que diz respeito às ideias dos textos. Isto leva-me a pensar, que talvez por este motivo, não tenha conseguido começar uma tese, não tenha conseguido prosseguir com a única disicplina que tinha da última coisa em que me meti. Porque tenho medo de não conseguir ver bem o que os outros dizem ou querem dizer. Por momentos, olhando-me ao espelho com a cara gelada lembrei-me que isto é capaz de ser muito próximo do que a Wendy sentiu quando abriu o livro do Jack.
Estou, definitivamente diferente.
Trá lá lá, o signo está bom para o ano.
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Verdades