quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Avenida Névski

A minha ligação com a  fé, é resultado da minha ligação comigo. À medida que o tempo avançava, fui inventando para mim, que quem tem fé, não acredita em si, não se conhece, não se sabe. Que quem tem é igual a quem gostaria de ter. Quem acredita, a quem gostaria de acreditar. A tendência, quando se fala sobre a crença, é entender as coisas com um laivo negro, de quem já teve fé e já não tem, por uma grande desgraça ou desgosto do coração ou da mente. Nada disso. Nunca consegui entendê-la em função daquilo que nos é dado, que demos ou que queremos para nós ou para os outros. Nunca me revoltei contra deus. Acho uma ideia suave. Simplesmente, não a sei pensar. O que até acho um bocado estranho, às vezes. Estranho, porque não me incomoda, porque sempre vivi à margem e porque se trata de uma margem sem zangas, sem pedidos, sem exigências, sem culpas. Eu, tenho culpa de tudo, de ter deixado, de ter feito, de não ter dito, de ter passado àquela hora e não à outra, de me ter acontecido ou de me deixar de ter acontecido, de ser má ou de ser boa, de chorar ou de rir.
Estive sempre certa de uma coisa: está tudo em mim.

Às vezes, benzo-me.
Às vezes, sou profundamente superticiosa.
Da fé, como uma forma de superstição.
Isto tudo é capaz de lixar qualquer ida ao psicólogo e qualquer crença num segundo amor.

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