Havia uma senhora, a d. Justina, irmã da minha tia (tia no sentido gramatical, apenas) mas que até era porreirinha, que dizia à minha mãe: «Ela tem uma carinha tão triste» ao que a minha mãe respondia «oh, isso engana, ela é muito bem humorada»..
Do que uma pessoa se lembra..
Tempos depois, descobri que o filho dessa senhora era o sr. Vitor que jogava comigo badminton e que me queria sempre ensinar como é que se "servia" o jogo, sendo que isto implicava uma proximidade sinistra. A partir do momento em que soubemos disto, nunca mais ele me quis ensinar a servir e nunca mais ele me impôs qualquer respeito enquanto reitor do liceu em que andava.
As mães devem sofrer um bocado com os comentários maldosos sobre os filhos. Daquilo que me lembro fui alvo de vários: «estava sempre muito branca», «falava pouco», «estava sempre doente», «ia almoçar a casa, porquê?», «não ia às viagens de estudo porque vomitava sempre no autocarro» (daqui a minha falha por NUNCA ter ido ao Portugal dos pequeninos), «brincava sozinha». Pronto, daquilo que me lembro, era so isto. Ah, também me lembro de uma observação interessante sobre o meu futuro percurso escolar, mas não lembro ao certo quem foi (censurei)
« então, vá lá, se ela fizer o 9º ano como as primas, já é bom». Porque raio era suposto eu ter ficado no 9º ano?
Ah e outra, já depois de ter acabado a faculdade: «bom, ela lá conseguiu acabar»..lá consegui acabar..? Só posso concluir que tenha alguma coisa a ver com o facto de morar em queluz e não em oeiras ou em cascais como eles. Mas pessoal, isto dos ares, não tem lá muito a ver com as funções cerebrais.
Sempre achei que vim parar a uma família muito estranha. Tirando as mães, a quem, por lei, se desculpa tudo, porque estão sempre inocentes, não percebo porque raio vim parar a esta. Bem, na prática, não conheço muita gente, mas de qualquer forma, ao longo da vida, uma pessoa vai sabendo das coisas, ouvindo umas, dizendo outras e acabamos todos, de um modo mais ou menos próximo por nos conhecermos todos.
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