“ a casa é, evidentemente, um ser privilegiado; isso desde que a consideramos ao mesmo tempona sua unidade e na sua complexidade, tentando integrar todos os seus valores particulares num valor fundamental. A casa fornecer-nos-á simultaneamente imagens dispersas de um corpo de imagens. Em ambos os casos, provaremos que a imaginação aumenta os valores da realidade [...] Nessas condições, se nos perguntassem qual o benefício mais precioso da casa, diríamos: a casa obriga ao devaneio, a casa protege o sonhador, a casa permite sonhar em paz. Só os pensamentos e as experiências sancionam os valores humanos. Ao devaneio pertencem os valores que marcam o homem na sua profundidade. [...] Então, os lugares onde se viveu o devaneio reconstituem-se por si mesmos num novo devaneio. É exactamente porque as lembranças das antigas moradas são revividas como devaneios que as moradas do passado são imperecíveis dentro de nós.
O nosso objectivo agora está claro: pretendemos mostrar que a casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem. [...] O passado, o presente e o futuro dão à casa dinamismos diferentes, dinamismos que não raro interferem, às vezes opondo-se, às vezes excitando-se mutuamente. Na vida do homem, a casa, afasta contingências, multiplica os seus conselhos de continuidade. Sem ela, o homem seria um ser disperso. ”
Bachelard
O nosso objectivo agora está claro: pretendemos mostrar que a casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem. [...] O passado, o presente e o futuro dão à casa dinamismos diferentes, dinamismos que não raro interferem, às vezes opondo-se, às vezes excitando-se mutuamente. Na vida do homem, a casa, afasta contingências, multiplica os seus conselhos de continuidade. Sem ela, o homem seria um ser disperso. ”
Bachelard
